sábado, 1 de dezembro de 2007

Arte e consciência.

A VISÃO DE PIASSA SOBRE A VIDA ATRAVÉS DA ARTE .

Pedro J. Bondaczuk
O artista, qualquer que seja o meio de expressão que utilize, desenvolve, com anos de exercício, a aptidão de explorar sutilmente o subconsciente (próprio e coletivo) à cata de emoções que lhe sirvam de matéria-prima para obras de arte.
Sons, imagens, odores, sensações agradáveis (e/ou desagradáveis) ditadas pelos cinco sentidos, são transformados por esses criadores (que valorizam e dão nobreza à vida humana) em melodias, telas, esculturas e palavras, que formam metáforas bem-ajustadas, coerentes e harmoniosas. Com o talento de que são dotados, nos transmitem suas emoções, às quais agregamos as nossas, ditadas por nossa própria experiência pessoal.
São os artistas, e não os cientistas, portanto, as "usinas", geradoras, por excelência, de idéias, mediante a fertilidade e originalidade da sua imaginação. Afinal, como Albert Einstein constatou em seu livro "Como vejo o mundo", todas as grandes descobertas científicas, sem exceção, tiveram, como origem, meras "fantasias".
É a arte, pois, (e não a ciência, à qual precede) que dá grandeza e transcendência ao homem. É o instrumento que, se utilizado com perícia e exatidão, se constitui no mais eficaz meio de denúncia, de conscientização e de educação (em seu sentido lato) das pessoas, pois apela, simultaneamente, para a inteligência e para a sensibilidade.
Estas considerações vêm a propósito do mais recente trabalho do artista plástico J. L. Piassa, originalíssima escultura intitulada "Dúbio: fecunda-ação – extin-ção". O nome pode parecer estranho aos mais desavisados, mas trata-se de uma metáfora (como ademais a própria obra) destinada a chamar a atenção do expectador para uma das questões mais polêmicas da atualidade: o aborto.
Antes de tecer considerações a propósito, se faz necessária uma breve descrição desse trabalho. Consiste, basicamente, de uma enorme guilhotina, de doze metros que tem como lamina central um do mapa do Brasil, suspenso sobre o corpo de um feto, que fica num continuo movimento pendular marcando o tempo que ainda lhe resta. Como grande parte das produções de Piassa, são utilizados, na escultura, diversos recursos, não somente visuais, mas também sonoros e luminosos. O objetivo é ativar todos os sentidos do expectador, favorecendo não apenas sua compreensão do que vê, mas, sobretudo, o induzindo (consciente, inconsciente e/ou subconscientemente) à reflexão.
Ameaçado pela lâmina fatal, esse ser humano, absolutamente indefeso, emite desesperado choro, característico dos recém-nascidos, que se mistura aos sons de lamento, de arvores tombando ao corte de Moto serra verdadeiros gritos de socorro, de outros animais ameaçados de extinção em decorrência da nefasta ação humana, como o mico- leão-dourado e a ararinha azul e tantos e tantos outros.
"Por que a lamina da guilhotina tem, especificamente, o formato do mapa do Brasil?", perguntarão alguns, cientes de que o aborto é prática comum em quase todo o mundo, sendo, inclusive, legalizado em muitos e muitos países (como os Estados Unidos, por exemplo). Ocorre que o Congresso brasileiro está em vias de aprovar uma lei que permite que ele seja praticado, também, em nosso País.
A vida, toda vida, qualquer vida, é sumamente importante para o homem. Nada na natureza é supérfluo ou desnecessário. Tudo tem função, motivo e importância. Uma das principais obrigações das pessoas, senão a principal, é a de viver e deixar viver. Ninguém tem (nem pode ter) o poder de decidir sobre quem continuará existindo e quem deve ser eliminado ainda no ventre materno.
Qualquer coisa que ao menos lembre este tipo de comportamento é ilegítima, imoral e ilegal (ainda). A legalização dessa prática, portanto, é uma arbitrariedade sem tamanho. Contraria a lógica, a razão e o bom-senso. E sua utilização sem amparo legal é crime hediondo (e assim deveria continuar sendo).
O princípio básico de Justiça, o alicerce que lhe dá sustentação e força, preceitua que "todos" são iguais perante a lei. O fato dessa igualdade não passar, hoje em dia, de mera ficção, é que impede que, no campo do comportamento, a humanidade acompanhe o vertiginoso progresso da ciência.
O direito mais sagrado e inalienável de qualquer ser é o da vida. E quando esta passa a existir de fato? Em que instante mágico e miraculoso se corporifica e se reproduz milhões de vezes por dia, embora cada uma dessas reproduções não deixe de ser um milagre? No instante exato da fecundação!
É perda de tempo teorizar a respeito ou sofismar dizendo que o feto disforme, de uma, duas, dez, doze ou catorze semanas, não é ainda um ser humano. É evidente que é! Afirmar, portanto, que impedir que uma mulher grávida cometa o criminoso ato do aborto é tolher seus direitos, não passa de irresponsabilidade e, mais do que isso, de cumplicidade num covarde e frio assassinato (polêmicas a parte), contra um ser absolutamente indefeso. Ninguém, mas ninguém mesmo, pode decidir sobre a vida e a morte do próximo, sejam quais forem os motivos e circunstâncias.
A ciência, portanto, não tem o "direito" de invadir este campo, enquanto estas questões (e tantas outras) não forem respondidas e sem deixar dúvidas. Caso contrário, estará, apenas, compactuando com taras, com horrores e com perversidades.
De uns tempos para cá, prevalece, na literatura e, sobretudo, no campo prático, a apologia da morte. Não há enredo de romance, novela, conto ou filme em que não haja algum "herói" suprimindo a vida de um "bandido", como se quem mata o que é mau não se igualasse a ele. Todavia, o verdadeiro heroísmo consiste em construir: obras, idéias, conceitos e valores. A violência jamais será contida por expedientes violentos.
A salvação do mundo e, do homem, é a educação. Albert Schweitzer fez essa constatação, numa de suas tantas reflexões filosóficas: "Quanto mais profundamente nos abismamos na natureza, tanto mais reconhecemos que ela está cheia de vida, e tanto mais compreenderemos que toda a vida é um segredo, e que estamos unidos com toda a vida que há na natureza".
Apesar de dimensões ínfimas, em relação ao inconcebivelmente imenso tamanho do universo, somos mini-mundos. Abrigamos bilhões de vidas independentes, que nascem, crescem, se reproduzem e morrem, como ocorre conosco, representadas pelas células do nosso corpo e por seres oportunistas, como vírus e bactérias, que sobrevivem às nossas custas. Somos partes indissociáveis da mágica cadeia da vida, reprodução, em pequena escala, do universo.
Renè Dèscartes, na tentativa de buscar a verdade, negou, inicialmente, a existência de tudo. Depois, partiu de uma premissa básica para "negar" a sua negação: a célebre "cogito, ergo sum". Ou seja: penso, logo existo. Talvez hoje, a rigor, a única conclusão exata a que possamos chegar ainda seja apenas esta.
O que é a vida? É, sobretudo, um mistério. É muito mais do que meros conjuntos de aminoácidos combinando para formar proteínas componentes de células, tecidos, órgãos, estruturas completas. Há algo impalpável que anatomista algum, nenhum cientista, por mais perito que seja, conseguiu isolar, separar, dissecar, posto que é imaterial.
Piassa, com seu talento, lavra, portanto, com sua obra, mais um tento no sentido de defender o que há de mais precioso, inexplicável e transcendental no universo: a vida. É a arte, mais uma vez, mostrando a sua utilidade e capacidade de incomodar e conscientizar as pessoas, que é uma das suas principais e mais nobres funções.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O Totem de Belo Horizonte.

O Totem de Belo Horizonte integrara o espaço público.

Piassa...
Mais uma missão cumprida e com sucesso: Esculpi um bloco de 600 kls de concreto que contém em sua composição partículas de alumínio o que lhe confere resistência metálica e maleabilidade como a madeira, usei maquinário de alta tecnologia, o que permitiu atingir um tempo recorde de execução de 7hs.O Totem tem 3mts altura por 60cm no volume central,subdividido em 30 blocos que compõe o corpo estilizado da palmeira Macaiba (Barriguda) que me serviu de inspiração, quando no processo de criação do símbolo dos Pontos de Cultura.Cada bloco representa 100 Pontos de Cultura, esse Totem em especial foi doado numa solenidade pelo Ministro da Cultura,Gilberto Gil a prefeitura de Belo Horizonte na presença do Prefeito,Fernando Pimentel e da presindente da Fundação Municipal de Cultura Maria Antonieta Antunes Cunha entre outras autoridades locais e personalidades nacionais,como o secretario de Projetos e Programas Especial do ministério da Cultura,Célio Turino e o ator e diretor,Sérgio Mamberti e o Escultor e curador do Museu Afrobrasil,Emanoel Araújo juntamente com ex-treinador da seleção brasileira de futebol,Émerson Leão para marcar a passagem da Teia Bienal dos Pontos de Cultura por,Belo Horizonte e será instalado em praça pública integrando o acervo de obras pública do município. Outra peculiaridade desse Totem é que no momento da inauguração tanto o Ministro,Gilberto Gil como o prefeito,Fernando Pimentel e as outras autoridades puderam retornar a essência da tenra idade,e intervir com grafismo no corpo que compõe o,Totem e que será posteriormente esculpido, isso ocorreu para marcar a finalidade da obra, que como os,Pontos de Cultura são articuladores da Cultura de paz e a melhor expressão de,paz é ver homens trabalhando e interagindo juntos.Essa Bienal teve um público estimado de 100 mil pessoas, com um investimento de sete milhões e meio, com pessoas de todo o,Brasil numa grande confraternização da Cultura popular, e por tudo que vivi, e pude exteriorizar em criação, idéias, pensamentos, sobre a arte e a própria vida, declaro ser profundamente grato a Deus criador do céu, da terra e de todo universo, e a todos os Anjos por ele alocado para auxiliar na concretização e a perfeita harmonia da obra.Apesar das situações adversas e surpreendente que ocorreram, mas o que não mata fortalece,e o peso vem em gloria e a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para o sucesso dessa missão, é que me curvo em reverencia e agradecimento, e um longo e sonoro muito obrigado a todos e que possa ecoar em cada coração como uma semente a germinar a paz que tanto almejamos MUITO OBRIGADO!Piassa...

"Operário das artes mensageiro da paz, cidadão do mundo" ______________________________________________________

Piassa

Artista Plástico e Historiador.

Dir.Curador da Pinacoteca do C.C.L.A Centro de Ciências letras e Arte entidade Cultural fundada em 1901.

Membro eleito do Conselho de Cultura de Campinas.

Membro do Conselho Da Câmara municipal de Campinas.

Historiador acadêmico titular da cadeira 41 do I.H.G.G.C Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, patrono Rui Barbosa.

Foi agraciado em 2006 com a medalha Carlos Gomes em reconhecimento a seu trabalho junto às comunidades no resgate da historia local e individual de seus membros.

Consultor das Nações Unidas e Ministério da Cultura onde atualmente desenvolve o Projeto “Fragmento Étnico Arqueológico” é criador dos Totens "Pergaminho Filosófico Cultural" que identifica os Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva.

Piassa operário das artes mensageiro da paz, cidadão do mundo é chamado assim pela sua postura de trabalho e suas constante missão de paz, em resgatar os sonhos individuais e coletivos das comunidades por ele visitada, usando sempre o macacão que fez em homenagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que tem a assinatura do ministro da Cultura Gilberto Gil e do próprio homenageado o presidente Lula.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

"Pergaminho Filosófico Cultural"

Piassa...

Os Totens foram criados para fortalecer a identidade visual dos Pontos de Cultura e registrar os anseios e expectativas das comunidades envolvidas. Os pergaminhos que ficam em uma cápsula na parte interna da estrutura do Totem, propõem-se em sua concepção e objetivos, a serem uma espécie de “máquina do tempo”. Quando aberta ao cabo de determinado tempo, que sugeri aleatoriamente que seja de 5 a 30 anos, será possível aferir o grau de evolução ou retrocesso social, económico e cultural de cada participante e por consequência da respectiva comunidade envolvida, Mas cabe a cada comunidade decidir esse tempo.Inicialmente de forma prioritária foram determinados doze Pontos de Cultura a serem visitados pelo projeto “Fragmento Étnico Arqueológico” do qual o produto final é o Totem: “Pergaminho Filosófico Cultural”. Na trajetória do projeto tive a incumbência de encontrar um entre os doze Totens executados - que fosse o símbolo de identificação para os demais Pontos de Cultura. Esse objetivo foi alcançado a partir de uma mesma matriz que permite manter a individualidade de cada comunidade apesar de todos terem as mesmas dimensões. Eles se diferenciam através da pintura fragmentada, executada junto com os membros das comunidades, cobrindo a estrutura física do Totem, reproduzindo os elos que são característicos da palmeira que me serviu de inspiração; Individualidade essa, que pode ser usada como um selo de identificação de determinado Ponto de Cultura. Pois é único,não a semelhante,tal qual uma digital.Os Totens preservam a história local e individual e servem de marco visual de localização e demarcação dos Pontos de Cultura dentro das comunidades, valorizando o cidadão comum que tem nessa aquisição a garantia de manter viva a memória local.Havia também uma preocupação em encontrar um ícone de ligação com a cultura popular e a encontrei na Macaíba, uma palmeira da região norte onde se utiliza à madeira para a construção de diversos instrumentos de percussão como a Alfaia o tambor do Divino, utilizado no Maracatu e em outros ritos folclóricos brasileiro. Essa palmeira possui algumas peculiaridades que lhe confere além do nome exótico e popular de Barriguda, por ter um caule fino com a parte central estufada feito uma gestante próxima a dar a luz, ela também possuem um fruto repleto de semente, recoberto por um fino fio de seda que em determinada época do ano estoura lançando ao longe suas sementes, pontilhando pequenas arvorezinhas no solo árido.Fazendo de forma analógica uma comparação com o ministério da Cultura e o Programa Cultura Viva com seus Pontos de Cultura que pontilham em todo território nacional e outros países; essas verdadeiras extensões de resgate das comunidades e de sua identidade cultural da condições de manter viva suas manifestações culturais. No decorrer do projeto, colhi alguns relatos fascinantes que atestam e dá legitimidade á escolha dessa palmeira como fonte de inspiração para a criação dos “Totens da Cultura”. Alguns dão conta que no auge da seca, essa espécie de palmeira rompe parte de seu caule (barriga) e libera aos poucos água para irrigar as pequenas arvorezinhas ao seu redor e assim mantém a espécie viva, apesar de estar em risco de extinção, dada a voracidade das queimadas que atingem as regiões de seca e a incessante procura de sua madeira para diversos fins pela leveza que lhe é característica. Dada a simplicidade da obra, o único critério para a participação de uma pessoa é o da disposição de se expressar através da escrita ou outra forma qualquer de comunicação.A escrita foi à forma escolhida dentre várias mídias disponíveis por agregar matizes emocionais aos relatos conscientes ou inconscientes que só vem á luz no esculpir da memória de quando se escreve. Mas á uma extensão para as manifestações. Cada qual a sua maneira: se não por texto, por colagens ou outra forma qualquer de comunicação visual, o que você desejou ser, quem você é, e o que você deseja ser no futuro, o que você faz, deseja e planeja, individual e ou coletivamente. E por essa obra ser coletiva ela não visava e não visa ter resultados plásticos convencionais, mas, esperava-se que houvesse harmonia e conseguimos, pela liberdade de expressão dada aos participantes.Muitas vezes os Totens se deixam contaminar por uma atmosfera repleta de informações, recusam o excesso. Há uma contensão sem sofrimento algum. A tonalidade afetiva que atravessa essa obra mistura curiosamente alegria e tédio, que não inspira abandono, apenas um chega pra lá. È como se cada Totem dissesse: para! Ta bom assim! È um mundo de cores para ser sentido na pele. Vale dizer também que suas texturas ao serem tocadas e sentidas de maneira tátil, dialogam de perto com o cidadão comum que não está preocupado em questionar a origem nem a história que levaram a sua execução, ou ele gosta ou não gosta. A obra por si própria fala. Se não fala é muda.Espero que com esse texto, o caro amigo tenha uma visão mais abrangente do porque e o porque dessa obra em seu contexto filosófico e histórico desse documental pergaminho, que preserva viva a história local e de seus participantes.

Piassa....

Artista Plástico autor do "Projeto Fragmentos Ètnico Arqueológico" e criador dos Totens "Pergaminho Filósofico Cultural" que indentifica os Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva.

sábado, 29 de setembro de 2007

"Fragmentos Étnico Arqueológico"

Piassa...
Isso pode ajudar-nos a precisar a significação do fenômeno infância como período necessário à " humanização " do indivíduo, à aprendizagem da natureza humana. " A criança não é criança porque é nova " é criança para tornar-se adulta, e essa aprendizagem é longa, tanto mais longa quanto mais complexo e evoluído é o nível adulto a atingir e não pode fazer senão por intermédio de um meio, adulto humano que esteja sempre mostrando à criança os comportamentos próprios de sua espécie .A criança é por excelência um animal educandum, um ser que reclama educação, porque sem a educação não pode se tornar adulto.Vale dizer que não há de superestimar a infância e sim a educação, que longe de ser esse " mal necessário ", como nos contentamos tantas vezes em concebê-la, "a infância é na realidade, a porta aberta para as mais inesperadas e maravilhosas realizações da natureza humana", da qual não suspeitamos, talvez a riqueza e as possibilidades .Mas se cada criança é assim aberta e indeterminada e dependente de sua situação educacional e histórica, então cada infância constitui, necessariamente, uma seqüencia única e original .E essa reserva deve efetivamente ser feita, tentar esboçar o desenvolvimento psíquico em geral é antes de tudo porque ele é tributário, em larga medida do desenvolvimento físico e em particular do desenvolvimento nervoso . Ora, este se faz segundo a progressão absolutamente geral na espécie, cada qual percorre as fases em ritmo próprio,mas segundo sucessão sempre igual, decorrente da inexorável necessidade de se expressar.Assim é o desenvolvimento da apreensão ou da marcha , particularmente bem estudado pelos especialistas.Parece se verificar sempre da mesma forma e seguindo a mesma sucessão, condicionada pela maturação da organização nervosa .A marcha, a apreensão, a palavra, a possibilidade de manejar um lápis ou um velocípede, ocorrem em momentos relativamente preciosos em igualdade de circunstâncias, nível de desenvolvimento neurológico e muscular e impõe as mesmas limitações, à crianças da mesma idade, ou lhe abre na mesma hora perspectivas de atividades análogas na gama das condutas de que cada uma dispõe, observa-se, de tal "arte", entre crianças da mesma idade os elementos de uma semelhança que autoriza certas generalizações .A realidade deste fator de crescimento intrínseco e bem demonstrada, por exemplo, pela esterilidade de qualquer adestramento prematuro .É baldado manter em pé uma criança de quatro meses, pois nem por isso andará, mas com o tempo isso ocorrerá através de execícios e experimentos, ela irá gatinhar experimentando o tato, logo ela estará em pé dando os seus primeiros passos e em seguida estará andando ou correndo livremente .Na arte também é assim, só que em graus diferentes, em lugar dos tombos comuns, quando se aprende a andar a criança tenta representar, através de grafismos, seu interior e exterior como se quisesse remodelá-lo à sua forma .Para melhor interpretá-lo sucessivamente vai galgando novos conhecimentos e logo estará tirando de sua própria "imaginação "os feitos que lhe são precisos para o feito "artístico".E como é crescente a necessidade de se manifestar artisticamente, tentando estabelecer uma identidade, com o meio em que se vive, uma marca um registro como se observa na evolução aonde o homem faziam seus registros em pinturas rupreste na tentativa de se marcar e se identificar, registrar sua passagem, também hoje se nota essa procura ancestral e até inconsciente onde se procura grifar suas marcas tribais em grafite e pichações tentando intervir no meio ambiente para se estabelecer como um individuo autônomo e independente, assim apresento está proposta de se passar para a criança e os jovem além da criatividade propriamente, a necessidade de estabelecer num todo o equilíbrio, despertando na mesma o censo motor, sensorial, espacial e intelectual .Como trabalharemos em grupos estaremos socializando e transcrevendo a afetividade de indivíduo para indivíduo, despertando-a para o trabalho, onde as idéias se farão junções . À tentativa de se estabelecer parâmetros e de ampliar o espaço estarão nitidamente expostos nos trabalhos por elas executados .Á possibilidade de se convidar as comunidade junto com suas crianças e jovem locais a intervir na criação dos Totens (Pergaminho Filosófico Cultural ) que marcarão os "PONTOS DE CULTURA" dando-lhe uma identidade única a cada comunidades visitadas pelo projeto "CULTURA VIVA " possibilitara essa retomada de criar e estabelecer novos parâmetros e de ampliar o espaço .Esse trabalho visa além das necessidades de ser um marco, um ponto, uma marca, que a arte pode proporcionar, levar a mesma através de experimentos, a desenvolver o traço e coordenar a gestualidade, dando oportunidade de concretização plástica, levando á reflexão e análise junto com o artista antes durante e depois da execução da obra .Parar para pensar, deixar sim a emoção tomar conta da criatividade, mas não ao ponto de permitir que está mesma emoção venha interferir no resultado final .criando um censo crítico e analítico que permitirá um controle maior sobre as técnicas empregadas . Faz parte também da proposta não trabalhar somente com materiais destinados para o feito artístico, permitindo uma apreciação e intervenção dos demais, com isso se pretende dar maior autonomia à criança na escolha do que fazer e de como fazer, independente da presença do professor do artista que lhe ensina .Isso permite dizer que a escola deve ser uma oficina e um laboratório um lugar de experiência e de reflexão e não um estúdio de gravação .Parece ser essa uma tarefa das mais difíceis de se pôr em prática nos ensino acadêmicos de estruturas pré-moldadas que não permite os experimentos e o direito de errar.Pensando nessa possibilidade, desenvolvi esses totens que não visa ter resultados plásticos convencionais .Pois é ciente que trabalharemos a partir de analogias individuais de cada comunidade contudo se espera que dentro do conjunto de obras o feito plásticos se estabeleça com harmonia tendo a arte como intrumento de encontro em missão de Paz. ________________________________________________
Piassa Artista Plástico Dir.Curador da Pinacoteca do C.C.L.A Centro de Ciencias letras e Arte fundado em 1901.Membro eleito do Conselho de Cultura de Campinas.Membro do Conselho Da Camara municipal de Campinas.Academico titular da cadeira 41 do I.H.G.G.C Instituto Histórico,Geográfico e Genealógico de Campinas,cadeira 41 patrono Rui Barbosa . Consultor das Nações Unidas e Ministério da Cultura onde atualmente desenvolve o Projeto Fragmento Étnico Arqueológico

"Sentidos Despertos"

Piassa...
O desafio para quem faz uma análise crítica e escreve sobre a própria obra é dar conta da emoção da criação e pulsação que agora se faz na escrita não mais no tátil, no escultural, nem no cromático das cores. É como se a obra fosse desarmada e levada a conquistar o silêncio da escrita.Escrever sobre cores que gritam, referindo-me ao colorido forte e diferenciado, mas feito de cores comuns mesmo, beirando algumas vezes a homogenização. Falar da cor que compõe estes Totens é quase uma ousadia, uma vontade desarmada de querer e desejar assumir o belo.É desarmada no sentido de que nada em minha obra é forçado ou artificial. É composta de muitas idéias que vão sendo agregadas vindo de pessoas diferentes com históricos dos mais opostos. Aí me pergunto e afirmo como é bom interagir com esses jovens. Como é possível dar um tons frio e imponência usando de cores tão fortes? Uma outra pergunta se apresenta diante dessas divagações, será que o belo ainda é uma denominação pertinente e desejado pela arte?A própria obra fala, se não fala é muda temo esta palavra por conta de uma certa inviolabilidade metafísica, o tempo e as múltiplas idealizações retiraram dela qualquer pregnância de sentido. Mas como deixá-la de lado? Cabe dizer, entretanto, que isto não aconteceu à toa,de fato um esteticismo vazio e uma cooptação frente às determinações do mercado levaram a esta situação complicada em que o belo perdeu espírito e o decorativo abriu mão de qualquer rigor estético.Para uns, o belo é impotente porque não se deixa apreender intelectualmente. Para outros ele é indesejável pois se deixa seduzir pelo brilho decorativo. É neste território minado em que a impotência conceitual e a insatisfação ética mostram-se de imediato, que quero tratar da beleza nas obras em questão. Diante das colagens, do grafismo, da textura e da pintura dos Totens nos vemos sempre em alerta, nossos sentidos ficam despertos, atentos e mobilizados. Deparamo-nos com uma forma cilíndrica e outras ainda em experimentos composta de garatuja e letras atiradas alienatoriamente mas precisas sinalizando mensagem. Uma mistura de intuição parece conduzir minhas ações plásticas. A intuição aí não funciona como algo espontâneo, que daria uma visão poética um caráter um tanto ingênuo. O que se apresenta é uma sabedoria quase física dos materiais, principalmente das cores, que funcionam por contrastes de textura e movimento. Uma obra executada com materiais comuns e pintada com intenção de obter relevos,e que apela ao nosso sentido tátil.Cores exaltadas e tímidas convivem sem se acomodarem e quando se entrelaçam uma a outra se faz de maneira a compor uma sequencia harmônica.O belo é o que produz essa diferença sensível com o que está a sua volta, a um entrelaçamento com o que é exterior além do circulo de garatuja que circunda o Totens. Essa autonomia dá no momento em que o homem artista assume sua maioridade política e espiritual.Também a de considerar a riqueza de descobertas que ocorre quando se da a possibilidade de concretização as comunidades a qual se permite o livre aceso, a participação e intervenção de criança, jovem e adultos dessas comunidades a pensar e acreditar ser possível interagir em seu meio, de forma a obter um resultado plástico, ainda que não convencional.Resultado esse que busca dentro dos confrontos das várias linguagens um registro que coincide com a experiência de um sujeito livre para sentir e julgar, capaz de se por frente ao mundo sem os constrangimentos de uma racionalidade instrumental que nos distingue, o certo do errado, o artístico do não-artístico esta relação entre a autonomia do juízo estético e sua vocação política, o sentido pleno da liberdade. O livre jogo das faculdades, à experiência estética, corresponde ao livre jogo entre os cidadãos anônimos do pós moderno.Há que se compreender o belo como um acontecimento singular que se apresenta aos sentidos, à percepção, e nos mobiliza a ver o mundo, senti-lo, de modo diferenciado. O belo nos retira de uma indiferença perante as coisas e nos faz desejá-lo sem ao mesmo querer consumi-lo e esta é a principal razão de meus atritos com a metafísica, é que a experiência do belo vai ser sempre um acontecimento singular, apoiado no sensível, que não se antecipa nem se define. Ele se apresenta e temos que estar atento. Ele é sempre diferente sendo sempre comum. É essa a diferença que se dá no meio do comum o Totens, que quer o comum, nas suas cores, materiais, formas, para retirá-lo do reino da indiferença.Muitas vezes os Totens se deixam contaminar por uma atmosfera repleta de informações, mas recusam o excesso sensorial. Há contenção sem sofrimento nenhum, a tonalidade afetiva que atravessa essa obra mistura curiosamente alegria e tédio. Mas é um tédio que não inspira abandono, apenas um chega pra lá. É como se cada Totem dissesse: pára, tá bom assim!Outro aspecto importante que começa a aparecer nesta obra refere-se à relação entre pintura, colagem, objeto, instalação e intervenção . Na verdade, creio que tudo leva a uma noção de ambiente, de criar um ambiente, uma atmosfera, onde a vida, a mais comum possível, possa ser vivida e experimentada graficamente.Seja na garatuja da base ou nas intervenções em relevo no corpo que o compõe, mais é no espaço real que percebemos essas conotações,são campos de energia cromática de formas que se propagam e nos convidam a uma leitura tátil. É um mundo de cores para ser sentido na pele. Vale dizer também que suas texturas,ao ser tocada e sentida de maneira tátil dialogam de perto com o cidadão comum que não está preocupado em questionar a origem nem a historia que levaram a sua execução ou ele gosta ou não gosta.A obra por si própria fala se não fala é muda.

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Piassa Artista Plástico autor do "Projeto Fragmentos Ètnico Arqueológico" e criador dos Totens "Pergaminho Filósofico Cultural" que indentifica os Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva

"AS COMUNIDADES LAVARAM A ALMA"

Piassa...
Tive a oportunidade de acompanhar e participar da grande mostra dos pontos de Cultura em São Paulo no Pavilhão da Bienal junto às comunidades de todo o Brasil. Todas as caras todos os gostos. Eles estavam ali para ver e serem vistos. Grupos de Maracatu em suas apresentações no grande pavilhão onde se ecoava os sons, hora misturado a outros ritmos e vozes do povo que ali estava conquistando os visitantes com suas gingas, cores e artes do Oiapoque ao Chuí. “Gente, o povo chegou!”.Houve em mim uma mistura de arrepio e lágrimas, pois nesse momento pude sentir orgulho de ser dessa raça latino-americana brasileira. Gritei no meu íntimo e ouvi minha alma. Sou Brasileiro! Durante toda a mostra, as comunidades puderam se expressar e se orgulhar de ter esse “jeitinho brasileiro” de fazer arte, mas a arte brasileira já estava pronta, era só dar a oportunidade a essas comunidades de se expressarem, coisas essas, que nos foram negadas ou renegadas sempre lançadas ao segundo planocomo arte menor e nos encheram de ”ismos” que agora rompemos, quebramos as mordaças, o luto cultural e nos lançamos revigorados com a vida do Cultura Viva - Projeto este, que testemunhamos, não só como brasileiro, mas como artista participante neste revigoramento social e cultural que passa o Brasil que as mídias se negam a divulgar por puro comodismo de ter que mudar as pautas e conceber louros ao invés de espinhos. Não somos como antes, não nos calamos frente às diferenças sociais. Temos em mãos, ponto de convergência e articulações culturais.Não nos negaram como antes faziam, pelo contrário, nos municiaram com o saber e hoje temos a atitude e a coragem de levantar a cabeça e dizer: “Sou um artista popular, toco alfaia, bato pandeiro, danço roda de coco e conquistamos a "TEIA". Estamos no Pavilhão da Bienal - ícone das grandes mostras que mudaram comportamentos e conceitos. Aqui vibra e gera um novo tempo. A hora não passa e a cada momento mais e mais comunidades vão se achegando, ocupando espaços. Da chegada ao aeroporto de Congonhas, à rodoviária, vem tribos de índios, povos de todos os lugares.Gente que nunca esteve em São Paulo pode sentir de perto a grande metrópole depois de tanto abandono, de tanta fome que abalaram as comunidades àquela cidade chamada São Paulo.Lá estava se rendendo a Cultura popular e isso constituía para mim motivo de muita alegria, pois eu estava ali, eu vivi a TEIA, o povo chegou. E logo de entrada, um grande Totem saudava os visitantes.Era o Arrimo Tensor, o Pergaminho documental do novo tratado - um rolar das novas propostas para um desenrolar das conquistas.Refleti, tudo vai dar certo.Todos aqui vieram numa missão cultural e, portanto, numa missão de paz. Os grupos Indígenas Kariri-Xokó e Yawalapiti com suas danças e ritos tribais em torno do TOTEM o consagravam. A Cultura ao marco ao símbolo dos Pontos. O brindar do secretário de Programas e projetos culturais Célio Turino a aplaudir cantar e dançar do Ministro Gilberto Gil, a igualdade posta na prática e não no discurso.Nada foi impedido e o povo tomou champanhe e saldou: saúde a cultura! É essa diferença que premia e engrandece o cidadão que pode e tem o direito de sair do anonimato elevando-os a expoentes ativos, participativos e críticos da sociedade a qual os inserem, despertando-os à cidadania e a conquista dos seus sonhos ainda que seja um ponto.É nesse sentido que é preciso pensar a arte do ponto de vista da ação política e da cidadania como afirmação do humano, como liberdade e como expressão individual da subjetividade. Isso significa, entretanto, não pensá-la apenas como meio, como instrumento, mas como campo semântico e como possibilidade de significação. Para isso é necessário que o gesto artístico expresse, ao mesmo tempo, o conhecimento da técnica, a liberdade criativa e a transgressão que dá ao gesto artístico, suas capacidades simbólicas. A grande mostra de Cultura popular e arte brasileira "TEIA", que foi apresentada no Pavilhão da Bienal, alcançou o maior sucesso na cidade de São Paulo, sendo considerada por muitos, a exposição do ano de Cultura Popular.O Pavilhão da Bienal foi especialmente preparado para receber a exposição e as comunidades, com as divisórias de pinus aquareladas com as cores das bandeiras de cada estado participante multi coloriu e conquistou o espaço de modo a destacá-los.Os grupos indígenas, folclóricos e afro-brasileiro, com seus tambores, sinos, pandeiros e violas pareciam encantados advertindo que o que se conquistava era o direito há muito reprimido às comunidades de mostrar a que veio e transmitir, não só o grito de obrigado por estar por muito sufocado e sim, documentar que esta arte brasileira e popular que nos revela cara e o jeito desse povo autêntico que sai das comunidades e nos toca, resgatando a nossa essência.Muito obrigado a todas as comunidades que acreditaram e engajaram nesse mega evento e brindaram seus feitos. Obrigado ao Trabalhador e estadista LULA nosso Presidente que está fazendo o resgate da cidadania e auto estima dos oprimidos a esse Ministério da Cultura que ousou acreditar ser possível transpor as fronteiras, atravessar os guetos e reunir o povo num evento para mostrar a cara desse jeitinho bem Brasileiro.

PIASSA ...